Neste momento, em que a Doutrina Espírita recebe cidadania, de graves preocupações, deve pairar em nossos sentimentos e em nosso discernimento, o que iremos fazer do Espiritismo. O Cristianismo Primitivo experimentou o começo da sua degradação quando se tornou doutrina do Estado e quando começou a dominar as paisagens terrestres. Santo Eusébio, cristão primitivo, asseverava que o Cristianismo, quando perseguido, proporcionou mártires e heróis, mas, à medida que foi aceito pelos antigos perseguidores, logo o odor de santidade cedeu lugar ao orgulho, à intemperança.
Até há pouco, éramos, os espíritas, vistos com descaso, com zombaria e sarcasmo. As nossas palavras eram consideradas como alucinações, os feitos da imortalidade como processos psicopatológicos. Mas, agora, alguns ramos da ciência vieram confirmar a grandeza da imortalidade da alma, e as multidões sedentas de paz, ansiando pelo conforto moral, virão bater às nossas portas.
Preparemo-nos, instrumentalizemo-nos para receber os filhos do calvário. Não nos deixemos dominar pela presunção ou permitir que a caridade se nos esfrie no coração. Abramo-nos ao amor e sirvamos mais e mais. Demonstremos que a doutrina espírita é a síntese da verdade que desce dos céus para a sua humanização na Terra.
Que as nossas lágrimas se transformem em pérolas de gratidão. Que as nossas dores sejam sublimadas como nosso sacrifício no holocausto do amor.
Evitemos as dissensões, as querelas inúteis, o campeonato da insensatez, os lugares de destaque na comunidade, servindo e amando sem cessar.
Jesus espera. Vamos!
Não relacionemos impedimentos. Abandonemos a lista das dificuldades. Deixemos para trás queixas e lamentações e dentro das perspectivas do vir a ser, cantemos o nosso hino de glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade. Jesus espera por nós. Vamos a Ele, meus filhos!
São os votos dos espíritos espíritas que participam deste magno evento, e do velho amigo paternal e humílimo servidor,
Bezerra.
Muita paz meus filhos!”